“CONHECE-TE A TI MESMO!”
Parece-nos útil repetir este texto, no recomeço deste compromisso, ao retomar a palestra no último domingo de cada mês. Mantendo-se a proposta de trabalho, baseada, a partir do aforismo grego “conhece-te a ti mesmo”. O seu objectivo é aprofundar e reflectir, analiticamente, tanto quanto possível, sobre a questão do autoconhecimento, partindo sempre dos ensinamentos de Jesus que nos disse, – “amai-vos e instrui-vos”.
Sendo o conhecimento uma pesquisa, que implica estudo sistemático, requer persistência e resiliência, pois esta caminhada é exigente para aquele que se propõe fazê-la.
Para Deus, que a todos ama, não há privilégios, pois somente pelo mérito o Homem se vai libertando do seu pretérito trevoso, ao tomar consciência das razões do seu sofrimento e porque ainda vive num mundo de provas e expiações.
No limiar deste século, a humanidade encontra-se à beira de uma nova civilização, por toda a parte proliferam as guerras fratricidas, os transtornos emocionais multiplicam-se em classes sociais, para que cada um possa despertar e dar outro sentido à vida. Não uma vida materialista, que tudo arrasa destrói e consome, mas uma vida consciente fundada na moral cristã, a moral que Jesus nos ensinou e exemplificou com o seu exemplo. Foi Ele que nos disse, a terra passará, mas as minhas palavras não, elas aí estão. Enviar-nos-ia o Consolador. E como tudo o que disse e fez, cumpriu.
Assim, pela mão do ilustre codificador, Allan Kardec, essa obra magistral foi publicada em 18 de Abril de 1857, o primeiro, o Livro dos Espíritos, pedra angular, resumo de toda a codificação.
É, contudo, no Evangelho Segundo o Espiritismo, que encontramos a parte moral, aquela, que nos deve orientar na nossa mudança de ser. É a moral do Cristo.
No livro, O Grande Enigma, Léon Denis, diz-nos, “nunca, no decurso da história a humanidade sentiu a mais profunda necessidade e oportunidade de uma nova orientação moral. As religiões, perderem muito do seu prestígio, e os frutos envenenados do materialismo mostram-se por toda a parte. Embora tenham existido conflitos entre as nações, pouco se aproveitou. A obra nefasta prossegue na hora presente. Ao lado do egoísmo e da sensualidade de uns, ostentam a brutalidade e a avidez de outros. Os actos de violência, os assassínios e suicídios multiplicam-se, …são os resultados de uma educação falsa, pois desde séculos, nem a escola nem a igreja têm ensinado ao povo aquilo que ele tem mais necessidade de conhecer: o porquê da existência, a lei do destino – com o verdadeiro sentido dos deveres e responsabilidades que a ele se ligam. Daí, existir em toda a parte, a degradação das inteligências e das consciências, a confusão, a desmoralização, a anarquia. Estamos ameaçados à falência social.
Será necessário descer até ao limite das misérias públicas, para ver o erro cometido e compreender que se deve buscar, acima de tudo, o raio que esclareça a grande marcha humana na sua estrada sinuosa, através dos precipícios e das rochas que desabam?”